segunda-feira, 5 de abril de 2010
Às oito da manhã...
Às oito da manhã, meu apartamento recende a café recém coado. É um aroma rico e revigorante, do meu café preferido, forte e escolhido a dedo. Enquanto esse perfume me desperta, a maciez dos lençóis de puro algodão, perfumados com lavanda, me envolve, me aconchega. Custo a abrir os olhos, a porta da cozinha cuidadosamente fechada para que haja silêncio e apenas o calor da xícara fumegante e um sorriso venham interromper meu sono.
À tardinha, meu apartamento recende a qualquer coisa recém tirada do forno. Aromas reconfortantes de molhos preparados em fogo brando, perfumados com manjericão e alecrim, derramados com afeição sobre opulentos pratos de massa vistosa.
Eu acredito em eu-te-amos de camomila, maçã e canela. Acredito em eu-te-amos que saem de borbulhantes panelas ou do vapor do ferro de passar. Eu-te-amos silenciosos e sorridentes, gentis e educados, corteses, delicados.
Acredito no amor que nutre. Que desperta apetites, envolve os sentidos, alimenta vontades, sustenta o espírito.
Acredito em ogros que preparam xícaras de chá delicadas. Em mulheres fortes e independentes que perfumam com lavanda lençóis bordados com as próprias mãos.
E se o amor é paradoxal e caprichoso, a delicadeza nas relações é permanência.
(Autora: Ana Paula Sampaio - www.anasampaio.com.br)
* poema enviado pela leitora Juliana Gimenez para o http://www.rainhasdolar.com/rainhas.php
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